A partir do capítulo 4 do 2º livro dos Reis, encontramos as primeiras narrativas sobre Geazi, um discípulo do profeta Eliseu. Entre os discípulos de um profeta, existia um que o acompanhava de perto, o seguindo e servindo durante o ministério de forma geral, sendo identificado nos textos de maneira particular. Geazi foi esse tipo de discípulo, o “moço” do profeta Eliseu. Não há muitos registros sobre a vida de Geazi. Todavia, encontramos claras evidências de alguém que tinha uma perspectiva totalmente terrena, e um comportamento incompatível com uma pessoa que presenciou diversos milagres e sinais de Deus. Fazendo uma comparação entre os relatos que mostram a convivência de Elias com Eliseu, e os relatos da convivência de Eliseu com Geazi, temos a percepção de que Geazi passou bem mais tempo ao lado de seu mestre. No capítulo II, vers. 14, Eliseu toca a capa de Elias no Rio Jordão e faz a seguinte pergunta: “Onde está o Senhor, Deus de Elias?”. Com esta pergunta, concluímos que Eliseu não tinha intimidade com o Senhor, nem tampouco tinha ouvido sua voz. A partir dali, Deus começa a se revelar a Eliseu, e a história mostra que ele correspondeu ao chamado recebido e cumpriu o ministério confiado a ele pelo Senhor. Já no caso de Geazi, ele simplesmente “some” das páginas da história após a partida de seu mestre. Vamos destacar os principais prodígios presenciados por este discípulo: A multiplicação do azeite da viúva (II Reis 4.1-7); A Sunamita que parecia estéril, dá a luz um filho segundo a palavra de Eliseu (II Reis 4.16-17); A ressurreição do filho da Sunamita por intermédio da oração de Eliseu (II Reis 4.32-36); A multiplicação de pães e espigas (II Reis 4.42-44), e a cura da lepra do general sírio Naamã (II Reis 5.10-14). O que Geazi presenciou em toda a sua caminhada com o profeta Eliseu, vai muito além dos relatos destes textos, mas vamos nos ater as narrativas citadas, e em especial ao comportamento dele com Naamã. Além de ver com os próprios olhos que Naamã estava curado da lepra, ainda o ouviu relatar “Eis que agora sei que em toda a terra não há Deus senão em Israel”... Ver este milagre e ouvir o general sírio testemunhar a respeito do Deus de Israel deveria fortalecer sua fé, mas a atitude de Geazi foi de cobiçar as riquezas e presentes que eram trazidos pelo general. Ele parecia cego, pois não enxergou o que hoje nos parece simples quando lemos o texto. O comportamento que ele teve é muito comum quando se pensa apenas nas coisas dessa terra, e quero te alertar que eu e você corremos o risco de cometer coisas semelhantes. Muitas vezes somos induzidos a supervalorizar as coisas do mundo, em detrimento dos ensinamentos que temos recebido do Pai.
Filipenses 3:18
..."Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo"...
Não temos como visualizar quais seriam estes presentes trazidos pela comitiva de Naamã, mas de uma coisa tenho certeza: Eram presentes lindos! Atraentes e de elevadíssimo valor! Assim como hoje, podem parecer aos nossos olhos aquilo que o adversário nos oferece, com o objetivo de tirar nosso foco das riquezas espirituais que temos em Cristo Jesus. Certamente Geazi nunca teria outra oportunidade na vida de possuir tantas riquezas, e pareceu bem aos seus olhos uma mentirinha para tomar posse delas. De forma semelhante, o mundo irá nos oferecer coisas de elevado valor para nos desviar do nosso alvo, para nos impedir de sermos parecidos com Jesus e agradar ao coração do Pai.
Luiz Reis